003# Quanto de proteína por refeição?

se imitarmos as cobras...

Bom dia! Nem tudo faz sentido agora, mas continue seguindo sua receita de vida. O sabor da realização será a recompensa pela garra e persistência, mesmo nos momentos mais desafiadores.

Quanto consumir de proteína por refeição para maximizar a hipertrofia?

HIPERTROFIA
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Desde a sua publicação na revista Cell Report Medicine, em dezembro de 2023, o estudo de Trommelen et al adicionou mais uma peça no quebra-cabeça das recomendações para maximização da síntese proteica e trouxe a atenção dos pesquisadores para um assunto que parecia estar bem consolidado.

💪 Consolidando a base

Antes de falarmos do estudo citado anteriormente, vamos entender de onde e por que surgem essas questões relacionadas ao consumo proteico ideal por refeição.

De forma prática, um ganho muscular depende exige que o anabolismo (síntese proteica) ocorra em uma taxa maior que o catabolismo (oxidação). A síntese proteica muscular (MPS) é favorecida, principalmente, em dois momentos: após as refeições e após atividades que exijam um certo grau de atividade contrátil desse tecido.

Imaginando um cenário em que você consuma proteína após uma sessão de exercício físico, há uma relação sinérgica entre o aumento da demanda de proteína para síntese proteica, proveniente do exercício físico, e o consumo de proteína em si.

Ah que bom seria se a proteína consumida fosse direcionada em maior parte para os músculos. Porém, a figura acima mostra que, na verdade, cerca de 10% dos aminoácidos absorvidos são utilizados na síntese proteica muscular 😭, enquanto ~50% é utilizado pelo próprio intestino e fígado (tecidos muito ativos metabolicamente) e ~40% para processos metabólicos em diversos tecidos, indo desde a produção de energia e ureia, até a de neurotransmissores.

A quantidade máxima absorvida de proteína por refeição é virtualmente ilimitada, os estudos indicam que, na verdade, a composição nutricional da refeição, o tipo e a quantidade de proteína ofertada, além das variáveis individuais (idade, status de treinamento…), são fatores que influenciam na velocidade de absorção.

A questão-chave🔑 

Seria justo imaginar que, como não há um limite de absorção de aminoácidos e ~10% deles chegam até o músculo, quanto maior a oferta proteica na refeição, melhor. Porém, aqui mora o epicentro dessa discussão

Estudos que buscam chegar em uma recomendação ideal de consumo proteico por refeição para aumentar a MPS indicam que 20 a 25 gramas de proteína são suficientes para maximizar esse processo e que doses mais altas (até 40g) não teriam efeitos adicionais.

Basicamente, para chegar nessa conclusão, os autores avaliam a dose-resposta do consumo isolado de proteína sobre a MPS durante determinado período de tempo. Boa parte dos estudos disponíveis atualmente investigam a ingestão de doses de 20 a 40 gramas de proteína sobre a MPS e durante períodos de 4 a 6 horas após o consumo.

Lenha na fogueira🔥 🪵

Para muitos, esse assunto já estava bem definido, eis que Trommelen et al., em um novo estudo, traçaram um paralelo com as cobras, as quais mantém uma alta taxa de síntese proteica por ~10 dias, fazendo pouquíssimas refeições, sendo elas extremamente volumosas e que requerem uma digestão prolongada.

Se elas conseguem, será que nós conseguimos? risos 😅

Nesse contexto, o estudo investigou o efeito do consumo de doses moderadas a altas de proteínas em uma única refeição (0, 25 e 100g) após o exercício na disponibilidade de aminoácidos e na síntese proteica muscular por até 12 horas.

Surpreendentemente, eles viram que o grupo que usou doses de 100g teve uma digestão mais prolongada, com maior absorção de aminoácidos, liberação contínua de AA na circulação, maior incorporação de AA e taxa de síntese proteica durante as 12 horas.

✍️ Take home message:

  • A maior taxa de síntese proteica muscular NÃO indica que o grupo que consumiu doses de 100g de proteína terá maior hipertrofia muscular. Os dados do estudo foram coletados por 12 horas, a hipertrofia é um processo crônico - requer semanas/meses a depender das individualidades.

  • O estudo foi feito com pessoas que praticavam exercícios físicos, logo os resultados podem ser diferentes em indivíduos destreinados.

  • Pode indicar que o fracionamento das proteínas ao longo do dia não seja necessário.

  • O estudo abre margem para mais investigações em adeptos do Jejum Intermitente, buscando avaliar se há um real prejuízo no volume de massa muscular ao consumir grandes quantidades de proteína em poucas refeições.

Hipertrofia: como ocorre e o porquê da sua cronicidade

MERGULHANDO MAIS A FUNDO

Diante do contexto abordado e do estudo inovador apresentado, é muito convidativa a ideia de que os achados de Trommelen et al se traduzam em maior hipertrofia em médio/longo prazo.

De maneira geral, para que ocorra hipertrofia é necessário que os fatores externos (treinamento adequado, dieta que permita um balanço calórico positivo, sono regular e suplementação, quando necessária) estejam ajustados de maneira que permita a ativação dos fatores internos (mecano-transdução, ativação da mTOR, biogênese ribossomal, dano muscular…) durante um longo período de tempo.

A revisão abaixo aborda detalhadamente os pilares internos e externos essenciais para que a hipertrofia ocorra, confira:

Impactos do álcool sobre a performance esportiva

ÁLCOOL

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Apesar de seu potencial para prejudicar sua performance e estética, o álcool mantém uma gama de entusiastas. No dia seguinte a uma ingestão excessiva dessa famosa substância (comumente referida como “bebedeira”), há uma variedade de sintomas se manifestam, afetando significativamente a qualidade do dia do indivíduo, condição popularmente chamada de “ressaca”.

Já tentou se exercitar após um dia de bebedeira? Quem já, sabe que a perda de rendimento é evidente! Mas como que ela ocorre? Por que o álcool pode prejudicar você a alcançar seus objetivos estéticos e de performance? Vamos contar para vocês como a bebida alcoólica pode acabar com a vida de muita gente. Risos.

  • A Comissão de “especialistas” do One Shot alerta: o consumo excessivo de álcool pode prejudicar seu bom senso, além de que você pode cometer ‘gafes’ que jamais vai esquecer. 😆 

Agora vamos falar da relação performance x álcool!

O consumo de álcool em grandes quantidades apresenta efeitos deletérios, podendo culminar em prejuízo metabólico, performático, cognitivo, … Vamos detalhar um pouco mais sobre cada tópico:

  • Diminuição da síntese de proteína: o consumo de bebidas alcoólicas prejudica a sinalização da via mTor (importante para a síntese de proteínas), dessa maneira, a resposta anabólica do músculo é prejudicada, refletindo na recuperação muscular e na adaptação induzida pelo treinamento;

  • Redução da função cognitiva: atrapalhando na tomada de decisões, gerando um aumento de risco de lesões no esporte;

  • Redução da síntese de glicogênio: dado que o metabolismo de carboidratos é prejudicado pela oxidação de álcool. Além de que, o consumo de álcool pode prejudicar a captação de glicose pelo músculo. Outro ponto, é o comprometimento da ingestão adequada de carboidratos;

  • Desidratação: estado que é associado negativamente com a performance esportiva. O álcool inibe o hormônio antidiurético, também conhecido como ADH, impactando no aumento da excreção de água pela urina;

  • Outro fatores que podem ser desencadeados: prejuízo nas habilidades psicomotoras, aumento da percepção de esforço e piora na qualidade do sono .

Vale ressaltar que, esses efeitos deletérios mencionados tem como base estudos em que o grupo intervenção era submetido a uma grande quantidade de álcool. Quando o consumo é baixo ou modesto, provavelmente, esses efeitos são menores.

Além do impacto na performance…

O álcool tem o potencial de inibir o córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pelo controle inibitório… Mas para que serve esse controle? 🤔

  • Controle inibitório: crucial para diversas funções cognitivas, como a atenção seletiva, modulação de emoções e inibição de respostas impulsivas. Um desequilíbrio nesse controle pode afetar o seu comportamento 🫢 

A inibição da capacidade do cérebro de regular impulsos, tomada de decisão e determinados comportamentos fica comprometida. Por isso que um indivíduo quando está bêbado realiza coisas que jamais faria se estivesse sóbrio. Risos.

Além disso, a inibição do controle inibitório pode impactar no consumo alimentar. Pois o consumo de álcool prejudica o controle hedônico, em outras palavras, isso refletirá em um maior consumo de alimentos com alta densidade energética.

Logo, não é uma boa ideia fazer a famosa refeição livre associada às bebidas alcoólicas e aos alimentos calóricos, o consumo calórico será extremamente alto. Tanto pelas calorias ingeridas quanto pelo impacto do álcool nas escolhas alimentares.

✍️ Take home message:

  • O consumo de álcool em grandes quantidades causa diversos impactos fisiológicos que podem acabar prejudicando o desempenho esportivo;

  • A ingestão de bebida alcoólicas impacta o controle inibitório, refletindo a uma piora no controle de decisões, comportamento e, além disso, a induz a pessoa apresentar uma maior propensão de consumir alimentos hipercalóricos;

  • Se for beber, atente-se em ter um consumo moderado, tendo em vista os diversos impactos que trouxemos sobre o consumo em excesso de bebidas alcoólicas pode gerar… É difícil você querer “encher a cara” 😅.

Metabolização do álcool e seu impacto fisiológico

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O álcool é metabolizado principalmente pelo fígado e sua principal via oxidativa, envolve o ADH (presente no citosol). Essa enzima transforma o álcool em acetaldeído, um subproduto altamente reativo e tóxico que pode contribuir para danos a nível celular.

As isoenzimas do citocromo P450, também contribuem para a oxidação do álcool no fígado. A isoenzima CYP231 tem sua síntese induzida pelo consumo crônico de álcool e desempenha um importante papel na metabolização do etanol para acetaldeído quando há uma concentração de álcool elevada no sangue. O metabolismo por meio dessa enzima, produz espécies reativas de oxigênio, aumentando o riso de dano aos tecidos.

👉 O acetaldeído produzido pela oxidação do álcool, por meio de qualquer um dos dois mecanismos citados, é metabolizado em acetato pela enzima ALDH2 (presente nas mitocôndria), formando acetato e NADH. Tanto o acetaldeído como o acetato podem causar danos aos tecidos

Para saber mais a respeito do metabolismo do álcool e seus impactos fisiológicos, recomendados as duas leituras a seguir para você tem uma ampla visão sobre esse assunto interessante:

Bora mais uma dose?

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