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005# Ciclo menstrual e performance
principais aspectos nutricionais da mulher atleta
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Bom dia! Nessa manhã presenteie-se com gratidão e celebre suas conquistas e seu esforço até o momento. Enquanto anseia por mais, não deixe de valorizar o que já é seu.
Ciclo menstrual e performance
Mulher atleta
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(Reprodução | Unsplash)
Já reparou que grande parte das recomendações direcionadas à população atleta são baseadas em estudos feitos em homens?
Isso ocorre pela alta complexidade do sistema endócrino feminino, que apresenta oscilações nos níveis hormonais de acordo com a fase menstrual, implicando em alterações fisiológicas e metabólicas, as quais interferem nos desfechos clínicos relacionados à performance.
🤔 A título de curiosidade, no período de 2011 a 2013, dos estudos publicados sobre o assunto nas três maiores revistas de medicina esportiva, apenas 39% envolveram participantes mulheres e apenas 4% utilizou apenas mulheres.
👫 Diferenças gerais entre os sexos
Como aprendemos desde cedo, as diferenças nos cromossomos e nos hormônios sexuais (nas mulheres, o estrogênio e a progesterona) contribuem para a diferenças fisiológicas, anatômicas e morfológicas entre os sexos.
Essa influência hormonal implica em diferenças na função mitocondrial, utilização de substratos e na sensibilidade à insulina, resposta imune, morfologia e composição corporal, no metabolismo do ferro, termorregulação, controle de apetite, na hidratação…
⚡Ambos os hormônios, estrogênio e progesterona, atuam de forma agonista e antagonista no metabolismo e na necessidade de nutrientes, além de favorecer o uso de determinado macronutriente como fonte energética em detrimento de outro, tanto em repouso quanto em exercício.
A progesterona, particularmente, aumenta a taxa metabólica, altera o balanço hidroeletrolítico sérico pela capacidade de aumentar a aldosterona, favorece a oxidação de aminoácidos e também aumenta a expressão de GLUT-1 para melhorar o crescimento do endométrio, atenuando as vias glicolíticas musculares e hepáticas.
Partindo desses pressupostos, é lógico pensar que, na transição entre a fase folicular e a fase lútea (como ilustrado na imagem abaixo), pode ocorrer uma diferença no desempenho da mulher atleta.
💊 Além disso, existe o fato de que muitas mulheres utilizam contraceptivos hormonais, contendo derivados dos hormônios femininos, os quais, dependendo do perfil do fármaco, podem ter diferentes impactos sobre o organismo da mulher e sobre a taxa de metabolização de algumas substâncias (como a própria cafeína).
Mulheres em peri ou pós menopausa, em virtude do desbalanço da razão Estradiol:Progesterona, sofrem com a diminuição na taxa de síntese proteica muscular e diminuição da massa magra, maior resistência à insulina, aumento na adiposidade abdominal, redução na densidade mineral óssea e na queda do gasto energético.
❗Principais aspectos nutricionais da mulher atleta
Um dos temas que mais recebem atenção por parte dos pesquisadores é a Síndrome da Deficiência Relativa de Energia (RED-S), inicialmente conhecida como tríade da mulher atleta (baixa disponibilidade energética, disfunção menstrual e saúde óssea prejudicada), visto que ela ocorre mais entre as mulheres atletas, afetando, inclusive, o ciclo menstrual.
A baixa disponibilidade energética (EA), <30 kcal/kd, é um dos principais fatores de risco para o surgimento da RED-S. Alguns autores recomendam que a disponibilidade energética deve ser mantida em >45 kcal/kg (EA = (consumo energético total - gasto energético total)/massa livre de gordura(kg))
As mulheres atletas também apresentam um alto risco para deficiência de ferro, tanto pela maior necessidade fisiológica, quanto pelo baixo consumo de ferro proveniente da dieta.
Para mulheres atletas, é importante garantir um consumo de ferro >22 mg/dia, bem como avaliar o marcadores de ferro sanguíneos (contagem de reticulócitos, ferritina, ferro sérico, transferrina, saturação de transferrina e capacidade total de ligação ao ferro).
Por fim, para garantir a prevenção contra a tríade da mulher atleta, o cálcio junto à vitamina D também merecem atenção. Para isso, um recordatório alimentar mais preciso possível é fundamental para avaliar o consumo de cálcio. Atletas de regiões com menor incidência de raios solares devem ter seus níveis de vitamina D monitorados.
A suplementação de vitamina D aumenta a absorção de cálcio pelo intestino, logo, quando a suplementação for necessária, ambos podem ser utilizados em conjunto.
✍️ Take home message:
A oscilação nos níveis de estrogênio e progesterona de acordo com as fases menstruais implicam em alterações fisiológicas e metabólicas importantes, as quais devem ser levadas em consideração no momento da elaboração da conduta nutricional;
A literatura ainda carece de recomendações específicas para as mulheres atletas, decorrente da complexidade das variações hormonais das mulheres.
O profissional também deve estar atento às mulheres em peri ou pós menopausa ou que utilizam contraceptivos hormonais.
É fundamental garantir uma disponibilidade energética adequada, bem como atingir o consumo recomendado de ferro, cálcio e vitamina D.
Da fisiologia aos aspectos nutricionais da mulher atleta: principais informações que você deve saber
MERGULHANDO MAIS A FUNDO
Após o conteúdo exposto até aqui, é evidente que ainda existem muitos outros fatores que envolvem a performance da mulher atleta e que merecem ser discutidos e aprofundados.
Na revisão abaixo, você pode compreender de forma mais aprofundada os meios pelo qual os hormônios (estrógeno e progesterona) podem afetar a hidratação, a termorregulação e a disponibilidade de substratos em repouso e durante o exercício e também descobrir se essas alterações possuem algum impacto na prática.
A importância do sono para a perfomance e estética
SONO
Ah, o sono… Ele é o super-herói silencioso do seu dia a dia, o guardião da sanidade mental e, acredite ou não, o treinador de elite para a sua performance esportiva. No entanto, enquanto o sono tenta nos dar o abraço reconfortante que merecemos, muitos de nós o tratam como algo desnecessário. A restrição de sono torna-se um vilão sorrateiro, roubando nossas capacidades físicas e mentais, além de prejudicar a nossa saúde e transformando-nos em versões zumbificadas de nós mesmos.
Afinal, quem nunca subestimou o sono, optando por uma maratona de séries até altas horas da madrugada, achando que um café milagroso poderia compensar tudo no dia seguinte? Já tentou levantar pesos após uma noite mal dormida e percebeu que aquela barra agora pesa o dobro? Vamos desvendar os mistérios do sono, e expor como ele afeta sua performance esportiva e até mesmo a sua composição corporal! E, quem sabe, convencê-lo a dar ao seu travesseiro o respeito que ele merece.
A Comissão de “especialistas” do One Shot alerta: tomar algumas xícaras de café só vai dar uma camuflada temporária no seu cansaço pós-noite mal dormida. Se você valoriza a sua sanidade mental, a dica de ouro é clara: D-U-R-M-A! 😴 Mas se quiser encarar a vida como um zumbi cheio de cafeína na veia, o café está lá, firme e forte. A escolha é sua! ☕😆😆
Qual a relação do sono com o desempenho esportivo? 🤔
Um sono adequado é ideal para o funcionamento saudável do corpo e da mente, ele está envolvidos como processo de:
Restauração Física e Mental: durante o sono, o corpo realiza reparos celulares, consolida memórias, e fortalece o sistema imunológico. O sono adequado está associado a uma melhor habilidades cognitivas, como a aprendizagem e, também, com a tomada de decisões.
Equilíbrio Hormonal: o sono desempenha um papel crucial na regulação hormonal, afetando hormônios relacionados ao estresse, crescimento, apetite e metabolismo.
O sono adequado é fundamental para o desempenho esportivo, tendo em vista algumas das funções que esse “maestro” do corpo humano executa. Com um sono adequado, há uma boa recuperação física e mental, refletindo tanto na vida dos praticantes de exercício quanto dos atletas.
👉️ De acordo com a National Sleep Foundation, a recomendação de sono para adultos é de 7 a 9 horas.
A restrição de sono pode impactar o desempenho esportivo?
Sim, a restrição leva a impactos fisiológicos, os quais podem culminar na diminuição da performance esportiva. Possíveis desfechos causados pela restrição de sono que refletem negativamente na performance esportiva: 👇️
Aumento da percepção de esforço;
Diminuição da motivação de praticar o exercício;
Diminuição da performance cognitiva;
Aumento do tempo de tomada de decisão;
Redução de habilidades motoras;
Comprometimento na memória;
Aumento das dores musculares.
De acordo com a revisão sistemática com metanálise de Craven et al. (2022) a restrição de sono aguda (<6 horas) parece ter um impacto negativo no desempenho do exercício no dia seguinte. A magnitude do efeito pode ser maior quando as pessoas experimentam privação de sono tardia (acordam antes do horário habitual) e quando o exercício é realizado à tarde. Indivíduos que tiveram uma noite mal dormida podem esperar uma queda de aproximadamente 0,4% no desempenho para cada hora de sono “perdida”. No entanto, se a perda aguda de sono for prevista e inevitável, as pessoas devem, sempre que possível, realizar restrição de sono precoce (dormir mais tarde que o previsto e acordar no horário habitual), em vez de privação ou restrição tardia, e priorizar o exercício pela manhã que parece manter o desempenho.
👉️ A restrição de sono a longo prazo está associado a um maior risco de lesões associadas ao exercício físico. Condição que pode estar relacionada com o comprometimento da reparação de tecido, pelo fato que a restrição de sono diminui a ativação da via de síntese de proteínas. E também, pela diminuição da propriocepção, atenção e do tempo de reação no exercício.
Impactos metabólicos causados pela restrição de sono ❌😴
A restrição do sono promove alterações fisiológicas que propicia um quadro catabólico, pelo fato que ocorre um uma diminuição IGF-1 e testosterona, hormônios com propriedade anabólica, e aumento de cortisol, hormônio catabólico. Além de prejudicar a recuperação muscular, a longo prazo esse quadro pode influenciar negativamente no processo de hipertrofia muscular, dado que para ocorrer essa mudança fisiológica é necessário um ambiente propício para o anabolismo.
Um estudo de Nedeltcheva et al. (2010), reportou que indivíduos que dormiam por volta de 5 horas por noite fazendo dieta hipocalórica perderam 60% (1,5 x 2,4 kg) a mais de massa magra do que os indivíduos que dormiam por 8 horas. Além disso, o grupo que dormiu por 8 horas apresentou 55% a mais de redução de gordura quando comparado com o grupo que teve restrição de sono (1,4 × 0,6 kg).
Algumas dicas para melhorar o sono 💤
Cochilo diurno: evitar cochilos muito tarde, especialmente após às 15h; e cochilos muito longos, em especial com duração maior que 30 minutos;
Café e bebidas energéticas: evitar o consumo nas 6 horas que antecedem o sono;
Hidratação: evitar excesso hídrico a noite, gerando um provável aumento de idas ao banheiro durante a madrugada;
Cama: não use a cama para trabalhar ou estudar durante o dia. Seu cérebro vai associar a cama como um local para manter-se alerta, podendo prejudicar a sinalização ambiental para o ato de dormir;
Exercício: recomenda-se evitar o exercícios físico nas 2 horas que antecedem o sono. O impacto do sono parece ser dependente da intensidade do exercício;
Aparelhos eletrônicos: evitar a exposição a luz azul pelo menos 60 minutos antes de dormir;
✍️Take home message:
A restrição de sono a longo prazo está associada com lesões no esporte;
A recomendação de sono para adultos é de 7 a 9 horas;
A restrição de sono influencia mudanças fisiológicas e metabólicas que podem comprometer a perfomance esportiva e, até mesmo, a composição corporal;
Um sono adequado é fundamental para o desempenho da perfomance física e cognitiva.
Portanto, é crucial enfatizar a incorporação de comportamentos/estratégias de estilo de vida que reduzam a probabilidade de perda de sono.
Além do impacto na perfomance…
MERGULHANDO MAIS A FUNDO
A restrição de sono também impacta na modulação de hormônios envolvidos no controle de fome saciedade e no sistema de recompensa. Indivíduos que apresentam um sono não adequado apresentam diminuição dos níveis de leptina, aumento da grelina e dos endocanabinóides. Além de afetar o córtex pré-frontal, implicando no ponderamento de decisões à impulsivo pelo fato do comprometimento do controle inibitório, refletindo em um controle alimentar prejudicado. Pessoas que passam pelo processo de privação de sono, tendem a querer alimento com alta densidade energética, mesmo sem sentir fome.
Controle inibitório: crucial para diversas funções cognitivas, como a atenção seletiva, modulação de emoções e inibição de respostas impulsivas. Um desequilíbrio nesse controle pode afetar o seu comportamento 🫵
Para se aprofundar em como noites mal dormidas podem impactar a nível fisiológico e refletir em um comprometimento do comportamento alimentar, suegerimos o artigo a seguir:
Bora mais uma dose?
ASSUNTOS EM ALTA
Capsaicinoides e capsinóides como auxílio ergogênico: uma revisão sistemática sobre a o impacto da suplementação desses compostos (estão presente em pimentas) no desempenho esportivo e os potenciais mecanismos para o possível efeito ergogênico.
A composição da microbiota intestinal: há uma relação entre o desempenho esportivo e a absorção de proteína? esse estudo avalio efeito de pré e probióticos em atletas de elite, que estavam suplementando proteína em pó, em parâmetros como: composição corporal (através do dexa) e na composição da microbiota intestinal (analisada por meio do sequenciamento de metagenomas).
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